quinta-feira, 28 de março de 2013

Algumas respostas IV - Qual é a nossa postura e soluções (imediatas e a médio longo prazo) para o problema do Castro de Ossela?



A propósito das denúncias que têm vindo a ser expostas por nós, colocamos hoje uma série de questões, às quais damos resposta, com o objectivo de esclarecer o que podem ser pontos problemáticos para a maioria das pessoas.

4 – Qual a nossa postura sobre o assunto, quais as soluções imediatas, a médio e longo prazo para o problema?


4- Qual é a nossa postura/soluções imediatas e a médio longo prazo para o problema?

Apesar da nossa estreita ligação à arqueologia, somos jovens oliveirenses que não se conformam com a consecutiva destruição do património e, por essa razão, optamos pela denúncia e divulgação destas situações. O nosso interesse é puramente o da protecção e salvaguarda do património do concelho. Nenhuma das nossas acções foi desencadeada por motivos de interesse pessoal ou político. É importante vincar que a obra de construção (com terraplanagens, escavação e movimentação de terras) destruiu parte do Castro de Ossela, sendo mais um duro golpe no conhecimento histórico do sítio. Estes danos podiam ter sido evitados se tivesse existido um projecto arquitectónico que contemplasse um parecer técnico de arqueologia e o respectivo acompanhamento das obras.
No entanto, não tendo sido contempladas as medidas preventivas face ao impacto destas obras, urge tomar medidas de minimização, pois o risco da continuação de destruição parcial do Castro de Ossela é iminente.
            Desta forma, acreditamos que se deve elaborar um plano de trabalhos arqueológicos, que consagre uma série de acções importantes na salvaguarda dos bens e sítio arqueológico.
            A primeira acção deve passar pela caracterização do local, tendo em vista a realização de uma escavação arqueológica de emergência, que deve ser antecedida por uma levantamento e registo exaustivo das acções danosas que decorreram no local até à data. Deve registar-se (fotografia e desenho) e caracterizar-se, as estruturas visíveis, bem como a estratigrafia onde se reconheçam indícios da ocupação arqueológica do sítio, em particular nas zonas afectadas, nas zonas a afectar com a continuidade do projecto (caso se verifique) e no restante esporão. Simultaneamente, deve ser recolhida a totalidade de material existente à superfície nas zonas de obra, mas também no local onde se depositaram as terras, se necessário, com recurso ao crivo das mesmas.
            Para tornar possível uma correlação estratigráfica dos materiais, e uma correcta leitura da ocupação, deveria promover-se uma sondagem em zona não afectada pelas obras.
            Após a conclusão dos trabalhos de campo e análise sumária dos seus resultados, devem ser decretadas medidas de compensação para o sítio arqueológico, que podem passar pela conservação e restauro de estruturas e materiais arqueológico até à criação de um pequeno centro interpretativo no local, onde se depositem os materiais recuperados, e que torne possível uma visita de âmbito mais turístico ao sítio.
            O relatório final dos trabalhos arqueológicos deve ser tornado público e acessível aos munícipes, bem como devem ser publicados os resultados em revista da especialidade ou de carácter local.
 

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